A História de Mangabeira - São José.

Foto de Bruno Pedrosa.

DESTAQUE PARA SÃO JOSÉ.

Fonte: (Extraído do Livro Folhas Esparsas de Manoel Gonçalves de Lemos).

Compõe o Município de Lavras da Mangabeira seis distritos; destaco São José que além de ser minha terra Natal depois de Cedro, é onde há mais membros da familia lemos na região do cariri. Para ali foram quase exclusivamente descendentes de Joaquim, meu avó paterno já no século dezenove.
São José é distante da Sede do Município 18 quilômetros da cidade de Cedro e da cidade de Várzea Alegre, 20 e 22 quilômetros respectivamente.
Faço uma abordagem simplificada da vida econômica social política, cultural e espiritual da terra dos "amargosos", de São José de "Mãe Velha". Antes, uma referência a mudança do nome da Vila para Mangabeira.
A troca de nome, tradicional e arraigado na nossa cultura -São José - para Mangabeira - não encontra justificativa convincente.
É possivel que o motivo da mudança tenha sido meramente politico ou na melhor das hipóteses, uma necessidade de organização, na divisão territorial. Infelizmente não foi dada á população alternativa de nome. O Padre Antônio Vieira, em carta (11.06.1980), comentou essa mudança. A missiva foi a propósito do jornal "O Catolé" cujos exemplares vinha recebendo: escreveu, então, nos seguintes termos: Prezado João Gonçalves de Lemos e Cia, venho de receber, pela terceira vez consecutiva, O Catolé. Já me dispus várias vezes em escrever para agradecer a gentileza da lembrança e das remessas. Mas sempre quebrava catolé. Somente hoje é que consertei o fecho da espingarda, azeitei as molas do cão e coloquei uma espoleta nova para dizer o muito obrigado. As coisas da terra são saborosas por que trazem aquele cheirinho da terra e da gente querida. Sou diferente do João (ele se referia ao Presidente da República). Gosto mais de cheiro de gente do que do de cavalo. O catolé é coisa nossa. Lá das nossas serras. Todo ele é gostoso desde a polpa ao miolo. Não há criança sertaneja que não se babe para babar um coco babão. E o Catolé - jornal - é de gente sertaneja lá das minhas bibocas. Lá de São José Sou da velha guarda Ainda não me acostumei chamar Mangabeira. Que eu saiba lá pras nossas bandas não havia nem mangabeiras.Não sera razão do topônimo vegetal dado a São José. Mas acertado teria sido a escolha de nomes da flora regional: marmeleiro, jenipapo, oitizeiro, goiabeira, Oiticica angico, pau-ferro, alecrim, manjericão catolé. A questão é que na toponímia brasileira, atualmente, o povo não participa na escolha de nomes de lugares. São escolhidos ou tratados como crianças levadas á pia batismal. Os nomes são impostos. Sendo o nome uma propriedade privada, uma coisinha bem pessoal importava que seu proprietário tivesse o direito de opção. Os romanos costumavam dizer que "nomen est numem" (o nome é uma divindade). Ou "nomen est onen" (o nome é um augúrio). E que nomen essentiam rei probat" - o nome prova a essência da coisa. Mas abundam as contradições entre o nome e a coisa ou pessoa significada e nomeada. Várzea Alegre - não é nem várzea nem alegre.Lopes Trovão, senador do Império, falava fino. Manso Carneiro da Paz foi o maior valentão das Alagoas. Branca Clara das Neves era uma negra mais preta que um túnel escuro. Napoleão Carlos Magno não tinha pinta nem de general nem de rei. Por isso é que temos uma Mangabeira sem mangabas. Essas incoerências ou incongruências bem brasileiras é que deixaram um grupo de universitários dos Estados Unidos intrigado, em Fortaleza. lam fazer uma excursão a Caucaia e o ônibus que os levava trazia o nome Soure. Curiosos, entreolharam-se e exclamaram: "como é esquisita esta lingua portuguesa. Escreve-se Soure e pronuncia-se Caucaia.
O Padre Vieira diz da importância de um jornal como "O Catolé", destacando o idealismo dos que o fazem, conclamando: "Li todos os números enviados, de cabo a rabo. E a gente tem de cada colaborador aquela sensação que Victor Hugo experimentava ao contemplar as dês ailes". Mesmo quando elas caminham, a gente sente que elas possuem asas. Sim, e sabem voar. Mesmo nos assuntos triviais, há volteios altaneiros de condor, de águias, no desafio das tormentas e dos turbilhões. Isto é bom demais. E como faz bem a gente. Até parece que tomo um banho nas fontes de Hipocrene, todas vezes que manuseio o Catolé. Uma renovação de apoteose, um mergulho na minha mocidade de sonhos e utopias. Continuem. Esta semente que vocês estáo plantando só pode dar bons frutos. Só que não vai nem mangaba nem catolé. Faço votos que o Catolé jamais venha quebrar catolé. Com a estima e o agradecimento do Padre Antônio Veira".
Ainda a propósito da mudança de nome, escrevi em "O Catolé" (n° 19, maio/1980) sob o pseudônimo João Thomaz. Sempre me insurjo sobre a mudança de nome, não me conformo com tantas mudanças de nomes de cidades, vilas, povoados ou simples lugarejos ruas praças, avenidas, etc. quase como se muda de roupa sem ter em conta, valores que esses lugares encerram, o que cria também dificuldade para a vida prática de muita gente.
Eu compararia o nome de lugares, por exemplo, São José, com o prenome da pessoa física, isto e, não se muda, exceto se se expuser a pessoa ao ridículo ou a situação incômoda. E, no caso de cidade caso a comunidade seja exposta a esse vexame, um plebiscito seria o remédio democraticamente adequado para a mudança de nome.
São José, com certeza, não se achava com nome "esquisito" que justificasse mudança. Até pugnei pela volta de São José, mas hoje penso que pelo decurso do tempo, não se justifica mais a volta do nome antigo, sob pena de se desagradar a nova geração, pelo mesmo erro da troca de nome.

ALGUMAS DATAS IMPORTANTES SOBRE O DISTRITO SÃO JOSÉ.

As datas que assinalam aniversários ou viradas de anos e séculos agora até de milênio não mudam as pessoas ou lugares a história mas pode-se dizer que são importantes por que são datas chaves para se comparar fatos e épocas e quem sabe uma espécie de balanço que sirva para reflexões sobre os rumos a tomar, os leitores examinem como eram as coisas e lugares do passado e verifiquem o quanto andamos quantas dificuldades venceram os nossos antepassados. Em 1807 pode-se dizer que foi a fundação da vila, naquela época São José era um simples sítio de propriedade do Sr. Antônio Félix Vieira cujas terras abrangiam outros sítios. Antônio Félix Vieira vindo de Pernambuco ali se instalou para o cultivo da terra e criação de animais, era simples o lugar e a gente que ali vivia. Em 1860 surgiu a epidemia "cólera" que dizimou cerca de 60% da população. Hoje acontecem grandes desastres ecológicos epidemias e outros males mas assim mesmo ocorrem ajudas até de inimigos tradicionais, a solidariedade vem de toda parte como está ocorrendo em relação a Índia. Devido ao terrível terremoto nesse início de século e de milênio. Naquele tempo a coisa era feia e não se tinha a quem recorrer não chegava socorro nenhum. Era preciso ter fé em Deus e no imaginário do povo esse era o único caminho. Fizeram-se promessas a São Sebastião que intercedendo junto a Cristo o mal estancou. Mas a população foi quase totalmente dizimada. Em 1861 o filho de Antônio Félix Vieira Cel. Manuel Vieira da Costa esgotados os meios de combate ao mal fez promessa a São Sebastião pedindo-lhe que livrasse o povo daquela terrível doença e em agradecimento á graça alcançada levantou a Capela cujo altar lhe ofereceu. Em 1862 de Fortaleza chega a São José a primitiva imagem de São Sebastião esculpida em madeira e medindo 35 cm de altura. Em 1863 foi inaugurada a capela conforme licença concedida por Dom Antônio Luiz dos Santos primeiro Bispo do Ceará celebrando a primeira missa o Fadre Franciscano Frei Claudino OFM que chegou a São José em um carro de boi, o Cel. Manoel Vieira da Costa então doou a cúria diocesana de Fortaleza 150 por 500 braços de terras que com a capela formaram o patrimônio de São Sebastião. Em 1870 existiam em São José apenas dois prédios: A casa grande do Cel. Antônio Félix Vieira depois residência de seu filho Cel. Manoel Vieira da Costa e a capela. Em 1885 falecendo o Cel. Manoel Vieira da Costa a capela passou a ser administrada pelo genro Raimundo de Souza Mangueira filho do major Pedro Vieira de Oliveira Mangueira e de Maria Joana da Conceição casado com Genoveva de Souza Lima. Raimundo de Souza mangueira era do sítio córrego hoje município de cedro. Era irmão de minha avó paterna Maria Madalena do Rosário ( Dondonzinha ). Em 1890 chega a São José o primeiro mestre-escola Joaquim Beato que alfabetizou muita gente da região e anos depois o preto-Velho foi embora, Franço Lemos contou um episódio sobre o beato: o preto-velho teve morte aparente e muitas pessoas no velório rezando ou comentando sua atuação como Mestre tiveram a atenção voltada para um fato: o morto havia mexido a perna e se sentou ainda meio tonto. Todos com exceção de minha mãe saíram correndo da sala, Franço então disse: "A senhora teve essa coragem? -"Não meu filho" respondeu-lhe não tive pernas pra correr também. Nos arredores de São José existe uma Lagoa denominada "Lagoa do Beato" em que segundo dizem o preto-velho plantava lavoura de subsistência certamente arroz. Sem a menor dúvida Joaquim Beato foi personagem importante na formação da população de São José e aos preconceituosos "urbe et orbe" convém assinalar que não existe raça superior! Em 1890 Raimundo de Souza Mangueira genro do Cel. Manuel Vieira da Costa e sua mulher Genoveva realizaram a primeira reforma da Capela acrescentando-lhes as partes laterais a fachada o campanário o Cruzeiro e outras benfeitorias. Em 1900 costuma-se dizer foram iniciadas as novenas. Esse período é muito importante para a comunidade local momento em que as pessoas dos sítios em redor da vila ocorrem á chamada Festa de Janeiro. Em 1928 para que a festa de Janeiro fosse mais animada e também uma forma de arrecadar meios financeiros para a manutenção da igreja surgiram os partidos: Azul e Encarnado, Paz e União, Rosa e Saudade, Guarany e Jangadeiro, Cedro e Várzea Alegre etc. Esses partidos adotavam hinos belíssimos e havia uma rivalidade sadia isto é cada um trabalhava em busca de maior arrecadação inclusive havia o curso de misse sendo candidatas ao título adolescentes das famílias. Em 1933 pela lei 1.956 em dezembro São José passou a vila, realmente foi um grande passo fato que levou esperança aos filhos da terra de vê-la um dia tornar-se município desemembrado de Lavras da Mangabeira. Em 1938 pela lei 448 de 26 de dezembro recebeu oficialmente o nome de Vila de São José, esse nome São José é muito grato a todos nós e sem muita justificativa foi substituído pela denominação atual Mangabeira assim como foi reposto o nosso templo católico, a nossa querida igreja de São Sebastião de tantas tradições ainda existe nos corações dos "amargosos" as mais antigas a esperança de que volte o nome original da terra - São José. Em 1961 dia 31 de dezembro foi criada a paróquia sendo seu primeiro vigário o padre Raimundo Nonato Dias. Padre Nonato como é mais conhecido filho da Terra e nada mais justo para ele e para todos nós seus parentes ter sido o primeiro vigário de São José. Em 1971 o conjunto arquitetônico rico para a nossa história foi demolido e no local surge um prédio cuja fisionomia era bem estranha às nossas origens, um equívoco essa atitude que entretanto parece não ter recebido uma palavra de desaprovação. Li recentemente sobre "O caráter servil do brasileiro" condição de subserviência no dia a dia do cidadão formação que se consolidou no caso de nossa região ao poder do senhor de engenho. Em 1994 foi reerguida a igreja de São Sebastião a nova igreja com pouquíssimos detalhes de diferença não perceptíveis repõe a fisionomia perdida da vila. As pessoas residentes no lugar ou fora ( A maior parte em Fortaleza ) começaram a se movimentar em direção á reposição do templo com a mesma fisionomia. João Bosco de Doquinha dos torrões e depois Antônio Adauto Gonçalves de Lemos. A obra foi possível graças á vontade de todos os filhos da terra tendo as obras sido administradas por Francisco ( Francimar ) mangueira lemos e João Bosco entre outros. 

O PROGRESSO.

O Distrito de Mangabeira apresenta hoje alguns importantes avanços sem dúvida devido ao fantástico desenvolvimento tecnológico que o mundo assiste neste fim de século e de milênio.

Em 1965 foi inaugurado pelo Dr. João Gonçalves de Souza então superintendente da SUDENE O sistema de água da vila. Caixa d'água lavanderia e banheiros públicos serviços que resultaram do projeto aprovado pela SUDENE e obras executadas por sua subsidiária CONESP. São atuais zeladores os Srs. Quinco Firmino e Tributino Dias. O conjunto de obras é de grande importância para a vida da população além de conceder merecida aposentadoria ao "Jumento nosso irmão" que tanto serviço prestou a nossa gente. A CAGECE é a mantenedora desse sistema d'água. Foi inaugurado o sistema elétrico da COELCE que trouxe bastante conforto para os filhos da terra podendo agora aposentar a lamparina usar rádios TVs e aparelhos domésticos e dispor de energia elétrica pra pequenas atividades industriais de comércio iluminação pública etc. A agência local é chefiada pelo Sr. Vicente de Oliveira Lima (Vicente de Cazuza). A vila passou a contar com o posto telefônico da TELEMAR antes TELECEARÁ chefiado por Maria Socorro Ferreira Fernandes funcionando na rua cel. Joaquim Gonçalves s/n. É um momento de grande progresso comparado a anos anteriores em que São José vivia quase isolado do resto do mundo hoje é possível a comunicação com o mundo todo. É instalada a agência dos correios e telégrafo antes para se enviar uma carta ou se transmitir um telegrama era preciso ir até a sede do município. Hoje essa agência é importante como meio de comunicação entre familiares muitos deles vivendo bem distantes e como facilitados das relações de negócios enfim uma prestadora de serviços essenciais à vida da população. Em datas diferentes na década de 80 foram instalados três agências de ônibus: agência Vale do Jaguaribe com vendas de passagens a Fortaleza sob a responsabilidade de Tributino Dias e Maria Oliveira, agência São Geraldo com vendas de passagens a São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte também sob a responsabilidade do casal acima referido, e finalmente a agência Trans-Ceará sob a responsabilidade de Dênis Freitas. Foi instalado o Posto de Saúde Dr. João Gonçalves de Souza é sem dúvida muito importante a existência desse Posto de Saúde que imagino ser o mesmo de alguns anos atrás dirigido pelo Dr. Manoel Gonçalves de Lemos que tem o meu testemunho de excelente desempenho. Foi inaugurada a Farmácia Lemos de propriedade de Alfredo Gonçalves de Lemos e esposa Cleide Augusto Mota Lemos. Existiram outras farmácias cujos proprietários foram: Pedro Gomes Arcanso Rolim, Araruna: José Duarte de Souza ( Zeca Duarte ) e Alexandre Vieira ( filho de Otávio Vieira e Maria ).

MANGABEIRA E SUA EVOLUÇÃO.

Foi muito lento o desenvolvimento de Mangabeira desconhecida até 1870, só havia dois prédios - a casa grande de Antônio Félix Vieira fundador e a Capela dedicada á São Sebastião, alguns anos depois aproximadamente em 1886 Pedro de Oliveira Lemos criou a bolandeira para beneficiamento do algodão. Essa idéia rudimentar funcionava na casa que depois pertenceu ao senhor Antônio Bernardo e Maria Luiza hoje pertencente a Francisco das Chagas Gonçalves de Lemos o prédio fica ao lado da residência de José Thomaz de Lemos (Zuza) na Rua Cel. Joaquim Gonçalves. Aos poucos vão surgindo outros prédios residenciaveis e comerciais mais tarde vem o mercado que se constitui de um quadrado uma espécie de quarteirão composto de lojas chamadas "quartos" lembra-me muito bem o quiosque do centro utilizado por Tereza Bernardo: -Um café. Muitos anos depois surgem lojas nas ruas que vão se formando. É sempre assim que acontece que concebe um povoamento uma cidade antes tudo ficava no centro e com o tempo vai se expandindo para atender as necessidades do próprio crescimento claro que no caso essa expansão é não muito lenta mas nas grandes cidades surgem vários centros e atividades econômicas que alteram a concepção inicial da cidade. É evidente que em mangabeira não existam grandes avenidas o lugar é pequeno mas já se contam algumas avenidas, ruas e praças: Avenida São Sebastião, Rua Cândido Salvador Dias, Rua Cicero Lemos, Rua Cidrin Jucá, Rua Joaquim Gonçalves, Rua José Bernardo de Oliveira, Rua São João, Rua João Cândido, Rua José Raimundo Mangueira, Rua Manuel Duarte, Rua Thomaz de Lemos, Rua Mundoca Cândido, Rua Manuel Cesário, Rua Otávio Vieira, Rua Pedro Luiz Sobrinho, Rua Pedro de Souza Mangueira, Rua Pedro Bernardo, Rua Vicência Augusto de Lemos, Brisa do Asfalto, Rua Padre Luiz. Existe apenas uma praça entre a igreja Matriz de São Sebastião e o Mercado Público, nela se acha erguida a estátua em homenagem ao Dr. João Gonçalves de Souza.

ATIVIDADES EDUCACIONAIS CULTURAIS DESPORTIVAS RECREATIVAS E SOCIAIS.

A educação todos sabemos funciona como motor de tudo para o crescimento e o desenvolvimento precisamos contar com a educação uma boa educação.

OS PIONEIROS DO ENSINO EM SÃO JOSÉ.

O primeiro mestre de alfabetização foi Joaquim Beato no século XIX depois dando continuidade a essa importante tarefa para tirar as pessoas do analfabetismo, Amâncio pai de Amâncio (Vicente Ferreira Lima) foi o 2° mestre, o 3° foi Paulo Moreira de Mello educador trazido por Thomaz Gonçalves de Lemos inicialmente ministrou aulas em lagos. Em seguida foi a vez de dona Agá Cals irmã do médico Dr. César Cals de Oliveira que governou a cidade de Fortaleza mais tarde dona Vicência Augusto Mota de Lemos esposa de Cícero de Oliveira Lemos ele político de bons serviços prestados a comunidade local ela uma espécie de primeira dama com grandes serviços a todos tinha conhecimentos médicos para resolver problemas da população principalmente feminina. Outra importante professora foi Maria Oliveira Lima ela era de extraordinária inteligência e a usou em benefício dos filhos da terra Maria Oliveira foi aluna do Mestre Paulo Moreira de Mello e minha professora. Preparando-me para o chamado "exame de admissão". Escreveu o livro - Mensagens do Coração - Poemas e Trovas - Coleção Catolé n° 6 Fortaleza -CE. 1986. Aos oito anos tentou escrever poesias e só 72 anos mais tarde lançou seu livro de poemas e trovas dizendo: "Tens em mão um livro que foi por mim planejado desde o albar de 1916 e faleceu em Fortaleza em 1997. Sua obra foi lançada no centro educacional cardeal lascheider do qual era diretora Maria Ilza Amorim Gonçalves de Lemos.

OS PRIMEIROS ESTUDANTES.

Os primeiros a estudarem fora, além de Manoel Gonçalves de Lemos e Valdemiro Gonçalves de Lemos (Ginásio do Crato Liceu do Ceará) foram João Gonçalves de Souza, Raimundo Nonato Dias, Felinto Pereira, Marieta Gonçalves de Oliveira (Olivete) e Maria Oliveira Lima (entre 1932/1936) em Crato e Fortaleza. Antes com Joaquim Beato, Dona Agá Cals, Mestre Paulo Moreira de Mello, havia muita improvisação escola nos sítios e mesmo no povoado sob a responsabilidade particular. Hoje mesmo com dificuldades Mangabeira mantém boas escolas (estadual, municipal e particular) e um corpo docente preparado á altura das exigências modernas.

ESCOLAS.

Existem pois três escolas: Escola Estadual Paulo VI, Escola Municipal Dr. João Gonçalves de Souza e Escola Particular Caminho do Saber.

BIBLIOTECA.

Biblioteca "Sala de leitura José Cândido Dias" Inaugurada no dia 08 de julho de 1995 as 17h30m pelo professor Francisco Dias da Silva (Ivonildo) nada mais justa a homenagem que ele prestou a seu pai dando nome a essa biblioteca no convite para a inauguração ivonildo diz que "é grande a nossa satisfação (quase orgulho) em convidá-lo (a) para este momento grande que se fará maior mais sentido com sua presença honrosa. Prestigie esse marco cultural de mangabeira e disse mais: "Ler é andar o mundo. É conhecer coisas conversar com personagens e mais: o que é o exercício para o corpo é a leitura para a mente".

Livros, Jornais, etc.

Já existe uma boa produção literária de membros da Familia Lemos. Os lançamentos de livros têm ocorrido em Mangabeira e noutras cidades, principalmente em Fortaleza.
*Luiza (Luzinete) de Lemos, lançou dois livros: "Raizes" e Deixe Eu Sou Assim, este último no Colégio Santo Tomás de Aquino.
*Francisco lvonildo Dias da Silva - vários: Ficcão e Poesia.
Estudos, etc.
*Manoel Gonçalves de Lemos "Sentimentos intimos". Poesias e Folhas Esparsas", este último lançado em Fortaleza.
*Edna Mirtes Bitu de Lemos - Uma Criança num Coração de
Mulher, lançado em Fortaleza.
*Francisco Dias da Silva, João Gonçalves de Lemos e José
Batista de Lima, por muitos anos, editando o jornal, "O Catolé" agora parado indeterminadamente. Esse jornalzinho fez sucesso, pois se constituiu numa boa alternativa para aqueles que têm seus escritos nas gavetas, sem oportunidade para divulgá-los. "O Catolé" circulou durante quase 15 anos- entre 1978 a 1992- até o número 107, É necessário assinalar que o jornalzinho começou mensário, depois bimensal, mais tarde semestral e, finalmente, anual. Agora, Francisco Dias da Silva e José Batista de Lima editam um outro jornalzinho, "Binóculo" que vem dando certo.
*João Gonçalves de Lemos tem publicado trabalhos de natureza científica, em revistas especializadas e livros em equipe. Sua Tese de Mestrado: "Modelos Politico- Institucionais para as Regiões Metropolitanas - O Caso da Região Metropolitana de Fortaleza; artigo sob o tema "Municipios e Regiões Metropolitanas (antes e depois da Carta Magna de 1988)", publicado na Revista de Administração Pública -RAP da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro; artigo sobre a Biografia do Jurista Clóvis Beviláqua, patrono da Cadeira 05 da Academia de Ciências Sociais do Ceará - ACSC, da qual é titular, publicado na Revista ACADEMICA, n° 01; artigo sob o tema "Segurança Pública: Direito do Cidadão x Obrigação do Estado", contido no livro "Violência e Vitimizaçâo", organizado pelos drs. César Oliveira de Barros Leal e Heitor Piedade Junior; o primeiro, Procurador do Estado do Ceará e membro titular do Conselho Nacional de Politica Criminal do Ministério da Justiça e este Professor de Direito Penal da UFRJ; artigo Municipios: reflexões sobre poder local", publicado na Revista ACADEMICA, n° 02, 1999; e muitos outros artigos, nem sempre de caráter científico, tratando do cotidiano e publicados, principalmente, no jornal "O Catolé".

CLUBES E INSTITUIÇÕES CONGÊNERES.

Existem cinco instituições a saber: União Clube, Clube Recreativo Mangabeira - CREM, Conselho de Desenvolvimento Comunitário - CODECOM, Centro de Integração de Mangabeira e Associação Comunitária Cicero de Oliveira Lemos.

RELIGIÃO.

É interessante assinalar que a situação religiosa e eclesial no mundo hoje apresenta crescente número de igrejas cristãs o que mostra a perda da hegemonia da igreja católica, no mundo os cristãos somam um total de 1.965.993.000 dos quais 1.055. 412.000 são cristãos católicos representando 51% da população cristã. Em relação aos não-cristãos (3.063.846.000) mais da metade da população mundial, a missão ad gentes (a todos os povos) ou primeira evangelização finalidade específica para a qual o senhor fundou a igreja... No momento atual está dirigida a 65% da humanidade que ainda não conhece cristo". É por essa razão que o Papa João Paulo II disse "O que me anima mais a proclamar a urgência da evangelização missionária é que ela constitui o primeiro serviço que a igreja pó e prestar a cada homem e a humanidade inteira no mundo de hoje que apesar de conhecer realizações maravilhosas parece ter percebido o sentido último das coisas e da sua própria existência. Essa situação, portanto, teria que refletir na população embora minúscula até bem pouco tempo, só existindo um templo cristão católico, a lgreja de São Sebastião, de ricas tradições. Uma preocupação de cristãos católicos e não-católicos, a fim de que a familia continue unida, deve ser sustentar aquilo que nos une e não apontar "erros" uns dos outros. A conversão reciproca, isto é, "conversão um do outro deve ceder lugar à conversão, sim, individual, no sentido do aperteiçoamento de cada vez mais viver o Evangelho de Jesus Cristo. Eu pretendo ser firme na experiência histórica do catolicismo, postura que não contraria o plano de unidade cristã apontada por Deus. É prudente construir a unidade dos cristão dentro dessa diversidade, pois ecumenismo não significa perda de identidade de ninguém./Existem, em São José, os seguintes templos:

*Igreja Matriz de Sao Sebastião, de muitas tradições e
inesqueciveis momentos de festas, festas de janeiro, a festa
tradicional de alegria e de religiosidade. Em muitas ocasiões ocorreram as famosas missões pregadas pelos capuchinhos as noites de novenas em homenagem a São Sebastião, a Santa Luzia e a Maria Santissima.
*Igreja de São Vicente de Paulo, situada na Rua Otávio Vieira s/n, também templo católico.
*Outras igrejas cristãs: Congregação Cristã no Brasil e Templo Evangélico Assembléia de Deus.
*O Cemitério São Sebastião, lugar santo para todos nós. guarda os nossos entes queridos que nos precederam rumo a casa do Pai.
A Paróquia de São José pertence à Diocese de Crato, à frente da qual se acha Dom Edmilson Holanda Gurgel.

CARTÓRIO DO REGISTRO CIVIL.

No preâmbulo desta obra, dediquei algumas palavras ao registro Civil no Brasil. Até a proclamação da República, em 1889 o registro civil de pessoas naturais não existia no Pais. A lgreja católica até então registrava os nascimentos casamentos e óbitos. A partir dessa data porém as autoridades republicanas  cuidaram de instituir esse serviço indispensável à vida da comunidade.
Em Lavras da Mangabeira, o cartório de registro civil de São José tem prestado indispensável serviço á comunidade. Fazem-se registros de pessoas naturais de casamento e óbito. Os que trabalharam e trabalham hoje em cartórios nas pequenas cidades conhecem muitas dificuldades falta de apoio material as limitações humanas que levam a erros o despreparo da população que muitas vezes não tem condições educacional e Cultural para fazer as declarações exigidas. Erros às vezes apenas gráficos.
Conta-se que o jornalista e grande humorista Millôr Fernandes seria chamado Milton Fernandes, se o oficial de registro do cartório tivesse tido mais cuidado: escreveu Millor, com a intenção de estar escrevendo Miton, pois, não tendo cortado o "t" e, por outro lado tendo péssima caligrafia, o "n" foi confundido com um "r".
Conclusão o "t" virou outro ele e o "n" se converteu em "r", dai o outro oficial do mesmo cartório, ao tirar a certidão, escreveu Millor causando surpresa ao titular do nome que, entretanto, se conformou e hoje é o famoso jornalista Millôr, acrescentando apenas um necessário sinal gráfico ( ^ ).
O Cartório de São José teve como primeiro tabelião (ou escrivão) o Sr. Otávio Vieira o segundo Sr. Manoel Cesário de Oliveira cunhado do décimo terceiro que foi Joaquim de Chicô da Barra que permaneceu pouco tempo no cargo voltando depois o Sr. Manoel Cesário a ocupar o cargo que hoje é exercido pelo neto Luiz Gualberto de Oliveira.

Foto de Cicero Lhyma.

*Em 25 de Janeiro de 2022, foi encaminhado um projeto de lei através da Veradora Joana Leandro (Joana de Vicente Crente) em que tornaria oficial a data de aniversário do Distrito de Mangabeira no calendário oficial de eventos do município de Lavras. 
O pedido foi aceito e agora é oficial o dia 27 de Julho como dia do aniversário do Distrito de Mangabeira.
O Distrito foi criado em 27 de Julho de 1904.
Pra comemorar os 118 anos do Distrito de Mangabeira foi feito um desfile pra escolher a Miss Mangabeira é a vencedora do desfile foi Ana Letícia.
O segundo lugar ficou pra Milene do nascimento e o terceiro pra Maria Aparecida.
Esse desfile contou como parte da programação dos 118 anos do Distrito.

Foto de Nilberto Henrique.

*Em 2023, no dia 27 de Julho como parte da programação dos 119 anos do Distrito de Mangabeira, aconteceu o 2 desfile da miss Mangabeira.
Quem venceu essa segunda edição foi Yasmin Ferreira, o segundo lugar ficou com Gisele Nogueira e o terceiro com Milene Nascimento.

Foto de Nilberto Henrique.

*Em 2024 aconteceu a 3 edição do desfile da Miss Mangabeira, tudo como parte da programação dos 120 anos do Distrito, quem venceu essa edição foi Gisele Nogueira, o segundo lugar ficou com Dayse Kelly Tavares e o terceiro lugar com Antônia Samya.
Esse ano foi três títulos, o primeiro Miss Mangabeira, o segundo Princesa do Amargoso e o Terceiro Princesa de Mãe Velha.

Foto de
Nilberto Henrique. 

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