Nonato Luís.
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Foto de Pedro Luís Oliveira. |
RAIMUNDO NONATO DE OLIVEIRA.
Fonte: (Extraido do Livro Mangabeira nas artes nas letras no mundo de Dias da Silva).
Há pessoas que, de tanto ser e de tão conhecidas, não precisam ser ditas em voz alta. Raimundo Nonato de Oliveira é uma pessoa assim. Como? Essa não! Você está dizendo que não sabe quem é Raimundo Nonato de Oliveira? E se lhe disser que é o mesmo Nonato Luís? O artista do violão? Porque Raimundo Nonato de Oliveira é Nonato Luís que, de tanto ser quem é, nem precisa de apresentação. Bem. Daqui para frente, a gente vai com Nonato Luis, que é Raimundo Nonato de Oliveira. (Engraçado: Dois filhos de Mangabeira que são artistas e São (Raimundo) - Raimundo Nonato de Oliveira e Raimundo Pinheiro Pedrosa - o artista das tintas e dos traços. Nonato Luís está numa idade bonita. (Toda idade é bonita, porque a gente esta vivo e como é bom estar-se vivo, se bulindo!) Cinquenta anos é estar na força dos anos. Com toda força de vida. Que pensem assim. É bom que pensem assim. É preciso colocar-se uma dose de otimismo em tudo: nas idéias. Nos gestos. Na visão de mundo. Em todas as mensagens. Espere, amigo, francamente não consigo pensar assim. Ter esse otimismo assim. Dosar tudo de otimismo assim. Para mim, aos cinquenta anos, é o começo da descida dos anos. E descida para a velhice. É uma das mais rápidas - a descida para a velhice. Porque, além de a gente estar descendo, ainda se vai levando o empurrão do tempo. (É, amigo, o tempo não passa: empurra a gente pra passar ligeiro - a gente e que passa.) Não, Nonato Luís não merece esta visão amarga da idade. Ele é um cara novo. A vida ainda latejando dentro. Sem dúvida que está nesta fase - de força vital. De sonhos muitos. De tanta coisa boa para deixar para as gerações vindouras. Só um conselho amigo: reveja, escreva, registre e assine os autos do passado e do presente, "antes que o tempo passe tudo a raso". O que se quer dizer é que Nonato Luís está na força criadora dos anos. Porque ele é de três de agosto de 1953. Sítio Aroeiras. Nome bonito - Aroeiras. De árvore. O dicionário diz que é uma árvore ornamental da família (é, árvore tem familia. Tudo tem familia que é a célula de tudo) das anacardiáceas. De casca que tem propriedades medicinais. Diz ainda que o fruto contém matéria tintorial rosa. Deve ser uma cor bonita. (Certamente serve para tingir a vida da gente anulando o escuro dos dias.) Pois é: em Aroeiras passou Nonato Luís os primeiros anos. Casa bem grande se não me engano. Correndo por caminhos estreitos. Ora cheios de poeiras. Ora cobertos de lama nos invernos bons. Por cima de pedras das estradas. Ninguém sabia que quem corria por aquelas bibocas era um artista em potencial. Pedro Luiz Sobrinho não sabia que havia gerado um filho artista. Isto, nem imaginava. Era só uma criança que corria. Que pulava. (Certamente com medo de crescer. ) Pedrinho Luiz era como era conhecido seu pai. De Nonato Luis. Homem bom, Pedrinho Luiz. Do povo. Para o povo. Porque era uma pessoa preocupada com os problemas de sua gente. Um lutador por sua gente. De idéias altas e avançadas. As injustiças sociais - sempre haverá injustiças - botavam-lhe fogo na alma. A fome e a miséria das pessoas doíam-lhe por dentro. Tinha sempre uma palavra amiga. Que abria caminhos. Que apontava uma luz nas estradas ingremes. Foi ele o grande incentivador do talento do filho. Nonato Luis. Ao começar a arrancar do cavaquinho (ou era violão?) as primeiras notas, O pai não largou mais o pé. Do filho. Sempre ali, ao lado, animando. Botando coragem no filho. Admirando já os acordes acanhados que o filho ia conseguindo. Aonde Nonato Luis ia, podendo comparecer, Pedrinho Luiz estava lá bem na frente, querendo engolir, com os olhos vaidosos, o filho, violão, música e tudo. Brilhavam no rosto olhos cheios de orgulho de pai feliz diante do filho artista. Como fez bem o encorajamento e apoio de Pedrinho Luiz para o desenvolvimento e crescimento do talento musical do filho. Não menos orgulhosa - parece mais do que o pai - estava lá sua mãe - Alcides Vitória de Oliveira. Mãe de gestos mansos. Mãe de voz mansa. Mãe de sorriso manso. Nonato Luis saiu-lhe das entranhas, mas - qual Teseu - para manter-se ligado a ela, saiu a puxar un cordão para não se perder no labirinto da vida. Era, amigo: o sorriso de Alcides era a mais bonita forma de silêncio entre a mãe admirada e o filho artista. É verdade: pai e mãe sempre marcaram presença. Com apoio. Com incentivo. Com encorajamento. Acrescente-se logo também o entusiasmo dos irmãos. De todos. Dos irmãos muitos. Porque Pedrinho Luiz e Alcides tiveram e criaram uma penca de filhos. Todos bons. Como o pai. Com as qualidades da mãe. Todos projeção do senso de justiça do pai. Da bondade. Da compreensão. Da solidariedade do pai e da mãe. De Aroeiras para a Vila São José, foi o cenário da infância do Nonato Luis. Feliz como toda infância. Sem preocupação como toda infância. "Camisa aberta ao peito, pés descalços e braços nus", como em toda infância. Brincadeiras de toda infância. Travessuras de toda infância. Entretanto já guardando as lições dos pais. A orientação dos pais. Sempre importante e fundamental na formação do ser humano. Nonato Luis diz ser hoje o que foi formado por seus pais. É a concretização de todos os ensinamentos desde os primeiros passos. Realmente, Nonato Luis é, hoje, o adulto que carrega o adolescente, que esconde o menino - que ele foi: bem orientado e bem formado. Em São José, a primeira professora foi Maria Luíza de Oliveira. O retrato de sua professora, que lhe ficou gravado na alma, foi (é) o de excelente pessoa. Sempre dando lições de alegria. Sempre cheia de entusiasmo e boa vontade para com os alunos. Maria Luiza com paciência e carinho abriu caminhos e abriu estradas para tanta gente pequena. "Vai estudar, Raimundo Nonato" - recomendava a mãe Alcides. E Nonato Luís tornou-se um aluno bom. Nesse momento, porém, a música começava já a falar mais alto. As melodias lhe penetravam a mente mais do que a letras. Era a música chamando com mais força. Assim, ligara-se á música mais do que ao livro. Não o abandonou, certamente, mas sentia mais forte a atração dos sons. Aliás, por testemunho de irmãos, Nonato Luís, em criança, cantarolava a "Mulher Rendeira". Basta que se diga que, aos cinco anos, participou de programa de calouros de Irapuã Lima. E sempre em primeiro lugar Era o pendor musical querendo vôos. O curso ginasial (ensino médio hoje), fê-lo no Ginásio Arminda de Araújo. Nada incomum nesse momento de sua vida. As dificuldades eram as de todo estudante do período. A esta altura, contudo, deu-se a descoberta do violão. Superando as descobertas dos livros. O instrumento passou a tomar lugar importante em sua vida. Não largava de pensar no violão. Nas melodias que o violão produz. "Eu tinha como que uma caixinha cheia de música na cabeça". Eram sons e melodia enchendo-lhe a mente. "Eu queria passar tudo isso para o violão". Pois bem: tudo isso foi crescendo dentro do íntimo. Tomando vulto. Como uma força indomável. Suas leituras preferidas eram voltadas para a música. O que saía sobre Baden Powell e autores outros buscava ler avidamente. Buscava ouvir. Tentando teimosamente tocar alguma coisa. Era o livro entremisturando-se com os sons. A voz do violão gritando mais alto dentro dele. Foi: leituras sobre compositores e músicos botavam-lhe entusiasmo. Também a leitura da música clássica causava-lhe admiração. Chegou ao segundo grau: Colégio Joaquim Nogueira. E o violão puxando para um lado. Classificado no vestibular para Administração, não se fez a matricula: a força do violão foi maior. E o violão foi sua escolha - em definitivo. É mais ou menos assim a história artística de Nonato Luís: pode-se situar o início de sua trajetória musical no ano de 1956. O cavaquinho parece que foi o primeiro instrumento a manejar. Ora, cavaquinho é um negócio pequeno. Pois bem: dir-se-ia maior diante da estatura de Nonato Luís. De tão pequeno o menino artista. Esforçava-se para alcançar com os dedos as cordas do instrumento. Chega suava. Era uma criança arrancando as primeiras notas e arrancando também das pessoas os primeiros gestos de admiração e aplausos. Foi fundamental neste começo, o apoio da familia. Vezes tantas, presenciei isto: pais e irmãos, em circulo, animando, incentivando, aplaudindo o pequeno Nonato Luís, a cada acorde alcançado. Uma criança já fazendo bonita figura. Os pais inchando de orgulho e vaidade, querendo pegar aquelas notas musicais. Aos 15 anos, era o segundo violinista da Sinfônica de Fortaleza. Porque Nonato Luís tocou violino também. Instrumento de difícil manejo, o violino. Foram (são) poucos os grandes violinistas. Pouquissimos que o dominaram como um Nicoló Paganini. Como um Salvatore Accardo. Nonato Luís começou apenas. Mas não era bem o queria. Foi quando fez opção pelo violão. Definitivamente. Caminhando do erudito para o popular e entre este e aquele, vai conquistando segurança no violão que se vai tornando parceiro. Harmonia entre o artista e o instrumento. Entretanto Nonato Luís não quer apenas dominar um instrumento e interpretar. E repetir. E copiar. Sentia que ele mesmo devia compor. Criar melodias. Transformar outras enriquecendo-as. Recriando-as. Podia botar para fora da "caixinha de música de sua cabeça" músicas próprias. Composições pessoais. Assim em 1975 já como compositor em harmonia com seu violão, ganha o primeiro prêmio de concurso para violonistas da TV Tupi, em São Paulo.
É verdade: o violonista e compositor Nonato Luís queria voar mais alto. Era preciso arriscar. (Viver é arriscar. É teimar.) É: Aroeiras não podia mais reter o filho artista. A Vila São José estava pequena para guardar um artista assim Fortaleza sugere centros maiores. É a projeção nacional do filho de Pedrinho Luís e Alcides. Por essa época, participa de festivais de inverno de Campos do Jordão. Eterno insatisfeito. Nonato Luís estudava. Treinava. Aprende a tocar bem teimando em tocar. O jovem das Aroeiras não se acomodava. Fazia cursos de corpo coral e de violão clássico, com professores como Hugo Poss e Turíbio Santos. E a música e o violão de Nonato Luís exigem espaço. Pedem caminhos. Para dizer ao mundo de melodias inapagáveis. Para fazer mais gente conhecer composições que ficam brincando no ouvido da gente. Assim é que, em 1978, excursiona pelo Brasil em fora, com o concertista Darcy Vila Verde. A beleza e exuberância do Rio de Janeiro arrastam o artista do violão. Qualquer sensivel, olhando o Rio, ouve sons. Ouve músicas. Imagine-se então, nesse cenário, o compositor e violonista sensivel que é Nonato Luís. Em 1980, dois anos depois de radicado no Rio. lança o primeiro disco - "Terra -, com a participação de Fagner, João Donato e Bimba, pela CBS. Passados mais dois anos, já vem outro trabalho. Chama-se "Diálogo", com o guitarrista flamengo Pedro Soler. A gravação foi ao vivo, na Sala Cecília Meireles, no Rio, pela CBS. Nonato Luís tem "a caixinha de música na cabeça" fecunda e rica. Além do domínio do instrumento - o violão.
Nesse mesmo ano, grava um disco em homenagem a Pablo Picasso, lançado na Europa, em companhia de Mercedes Sosa, Paco de Lucia e Rafael Alberti. Entretanto o jovem Nonato Luís saiu de São José para o mundo. Sua música e violão se projetam por ai em fora. É a internacionalização de suas composições. Era o seu violão caminhando o mundo. Mais nações precisavam conhecer o talento do jovem de Aroeiras.
Em Johannesburgo, na África do Sul, vem, a lume. outro trabalho, com o selo da SABC. No ano seguinte 1985, Nonato Luís faz apresentações pela Itália. Fela França. Pela Áustria. Nessa temporada toca pela primeira vez, no Mozarteum, em Salzburg. Somente grandes instrumentistas mundiais têm acesso ao templo dos grandes artistas. E Nonato Luís foi lá e deslumbrou. E encantou. E arrancou aplausos. A crítica, em Salzburg, pela palavra de Christian Weingartner, teve esta posição: "Um gênio guitarrista, caracterizado por uma mistura de sensibilidade interpretativa irreal e perfeição". E Jutta Höpfel acrescenta: "Dispõe de uma sutil paleta de timbres acariciantes, enriquecida de refinadas estranhezas produzidas por seus acordes". É a crítica internacional em consagração à música e ao violão do pequeno homem grande Nonato Luís. Com composições próprias, nesse mesmo período, grava "O Porto", na França, em Paris. É Nonato Luís suscitando admiração e aplausos por onde passa. De volta ao Brasil - a música brasileira sempre bulindo com sua inspiração - apresenta shows com Chico Buarque. Com Fagner. Com Nara Leão. Com Luiz Gonzaga e Amelinha. É o filho de Aroeiras, entre grandes nomes, fazendo bonita figura.
A voz do violão não pode parar. Tem de continuar deleitando o ouvido do mundo. Em turnê pela Alemanha e Áustria, no ano do 1987, produz o álbum "Guitarra Brasileira". Por isso, muito acertadamente, a Revista do CD teve este achado crítico feliz - "E um violonista de extraordinária técnica, mestre das digitações, um prestidigitador veloz, inventor de mil arabescos". O Brasil estava sempre a chamá-lo de volta. Sempre sequioso de suas música. Das notas mágicas que tira do violão. Ao regressar ao Brasil, em 1988, joga ao público novo disco com composições de Milton Nascimento. Lá vem outra temporada pela Europa, em 1989. Pela Áustria. Pela Itália. Pela Fraça. Pela Alemanha. Ai é a vez de "Mosaico", gravado em Otto, na Alemanha. No ano seginte pela Caju Music, lança mais um álbum, com o percussionista Djalma Corrêa e o baixista Luiz Alves. Cabe, a esta altura, a transcrição de comentários da imprensa alemã: "A sensibilidade única de Nonato Luís, música de violão que vem da alma. A apresentação do brasileiro Nonato Luís, na Grande Sala do Mozarteum, foi mais do que uma noite de música: foi un deslizar de cordas de um gênio da Guitarra, caracterizado por uma mistura de incrivel intuição e perfeição, uma alegria de cores nas variadas imagens tonais de cada uma das composições, tocadas com virtuosa leveza, de maneira tão límpida como se ele tivesse vindo ao mundo com um violão. É uma música que vibra dentro da alma, só saindo de mansinho. A riqueza de idéias da "Guitarra Brasileira", de Nonato Luís, é inesquecível e foi incrivelmente bom ouvir sua música". Espere, amigo, continue-se o comentário por sua importância: " O guitarrista Nonato Luís é destinado a ocupar um lugar importante no panorama musical brasileiro, não só por suas qualidades de instrumentalista com amplas possibilidades técnicas, mas tambén por sua grande capacidade criativa e sua rara sensibildade musical. Nonato Luís é incontestavelmente uma forte personalidade. Ele impressiona pela vivacidade com que toca, e a exploração das mais diferentes nuanças leva a variantes impressionantes. Suas composições são construtivas, ricas em ritmos e harmonias. Ele consegue unir a personalidade própria de seu estilo à música nordestina e desenvolvê-la perfeitamente. É quase inquietante para o ouvinte a leveza com que seus dedos deslizam pelo braço do violão, fazendo uso, com maestria, das muitas possibilidades de som deste instrumento. A maneira com que faz música comprova a rara fertilidade musical de um solista. Viva, sensual, melancolia sempre recorrente mas sempre também algo de alegria de viver: Esta é a música de violão do virtuoso Nonato Luís, um brasileiro que. apesar do sucesso internacional, permanece fiel à música de sua pátria , música singularmente ligada à terra e próxima da vida. Nonato Luís, o artista do violão, que encantou, com a firmeza e perfeição de sua guitarra, conseguindo tirar dela maravilhosas curvas melodiosas. Ele parece encontrar tons e sons que antes não existiam. Às vezes impetuosamente vivo, às vezes sonhando melancolicamente, ele faz soar seu instrumento - Isto é Nonato Luís". Está bem: a citação foi extensa, é extensa. Ninguém, contudo, disse tão bem quem é Nonato Luís. Verdadeiro retrato feito por palavras. Sua produção e criação foram rica e intensa no ano de 1991. Lá está Nonato Luís apresentando concertos na Áustria. Na Suíça. Na Itália. Na Alemanha. Por lá produz o disco "Retrato do Brasil". Porque, por onde andasse, carregava o Brasil. O Ceará. O São José. O Sítio Aroeiras. A Otto espalhou o retrato do Brasil por todo o mundo. É Nonato Luís nunca esqueceu o Norte e Nordeste do Brasil. Faz, assim uma excursão "solo" por essas paragens. Sempre botando admiração nos ouvintes. Ganhando aplausos de todos. Sai outro álbum - Carioca - em parceria com o tecladista Túlio Mourão e fez apresentação no Free Jazz Festival. Considerada pela crítica como a melhor.
E lá vai o jovem Nonato Luís crescendo. Com a música se avantajando. Sempre se aperfeiçoando no violão. Sempre se fazendo mais arte as notas produzidas. Sempre estudando.
E a crítica engrandecendo sua música. Cite-se Jimmi Joe: "Consegue performances sensiveis executadas sem escorregar em nenhum momento para a pieguice que, por vezes, habita alguns violões brasileiros". Espere, amigo, Edyr Augusto diz isto: "Tem um estilo vigoroso, cheio de vida, fazendo a madeira vibrar intensamente com seus acordes". No ano de 1992, após a turnê pela Europa. a UNESCO patrocina-lhe temporada na Salle de Cinema, em Paris. Aí é feita a gravação de "Terra à Vista", com o tema oficial da ECO - 92. No ano seguinte, 1993, demmanda outros lugares: cinco cidades da Turquia. Outra vez mais pela Alemanha. Pela Áustria. Pela Itália. Pela Suíça e Espanha. Nesse mesmo ano, vem à tona Reflexões Nordestinas. Brazillian Touch. Sempre carregou consigo forte admiração por Luiz Gonzaga. E não podia ser para menos: ninguém sentiu e descreveu o Nordeste, pela música, como Luiz Gonzaga. Assim Nonato Luís tem bonita homenagen ao Rei do Baião, interpretando-lhe algumas músicas, com arranjos próprios e em nova estilização. Também tem um trabalbo com composições dos Beatles. É uma leitura violonistica da obra do célebre quarteto inglês. Herbert Fonseca tem o seguinte comentário: "Suas cordas revelam insuspeitas harmonizações para peças aparentemente desgastadas por múltiplas versões perpretadas por diversos cantores e instrumentistas". Nonato Luís é sem dúvida, um violonista brasileiro privilegiado: tem lançado ao público um livro de partituras de suas composições, editado pela Henry Lemoine, de Paris, sob o título "Suíte Sexta em Ré para Guitarra". Produzir qualquer som em violão é fácil, fazê-lo arte é para poucos. É para Nonato Luís. Por isso é que é "respeitado e admirado por artistas do quilate de Pedro Soler e Turíbio Santos". A Câmara Municipal de Fortaleza, nos termos da Lei n° 084/97 em homenagem merecida e reconhecimento ao trabalho bonito prestado a sua Terra, ao Ceará, ao Brasil e ao Mundo, concedeu-lhe em 3 de setembro de 1998 o título honorífico de "Cidadão de Fortaleza". É a confirmação da importância do nosso artista do violão. Da habilidade de mestre da digitação incrivel. Da riqueza de imaginação e de criador de melodias cristalinas que ficam zoando no ouvido da gente, interminavelmente. Do revitalizador das melodias petrificadas e desgastadas por versões sem conta. Com certeza, o tempo - esse fluxo que tudo arrasta para a destruição - vai ter que suar na demora para apagar os acordos vigorosos e cheios de vida de Nonato Luís, perpetuados em discos e CDs. Nonato Luís é o violonista insatisteito. Está sempre em perseguição ao melhor. Sim, porque, para ele, o melhor é sempre e apenas um esboço. Certamente, o nosso conterrâneo traz, acalentada, aquela idéia de que "quando um homem tiver acabado, então estará no começo". Por iso Nonato Luís é o artista em processo, em movimento, a buscar caminhos para a realização, em estudo e treinamento. Nonato Luís vai continuar fazendo bonita figura, botando admiração em tudo e em todos e arrancando aplausos de ouvintes inumeráveis - desde o Sítio Aroeiras. Por Mangabeira (São José antigo). Pelo Brasil e pelo Mundo. Pedrinho Luiz e Alcides, sem dúvida, lá em outra dimensão estão batendo palmas pelo filho, que espalha, pelo mundo em fora, um presente divino - o som do seu violão.
Discografia em resumo:
1980 - Terra ( participaçao de Fagner, João Donato e Bimba - CBS )
1982 - Diálogo - com Pedro Soler. Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles - Rio, CBS
1984 - Nonato Luís - Gravado em Johannesburgo - África do Sul -SABC
1985 - O Porto - gravado em Paris - França.
1988 - Guitarra Brasileira - gravação em Deinsenhofen - Alemanha. Sound Verlarg.
1988 - Fé Cega - Brasil SKB Song
1989 - Mosaico - gravado na Alemanha - Otto.
1990 - Gosto de Brasil - lançado nos Estado Unidos e Europa - Caju Music/Milestone.
1991 - Retratos do Brasil - gravado na Europa
1991 - Carioca - com Túlio Mourão - lançado nos Estados Unidos e Europa - Caju Music/Milestone
1991 - Milton Nascimento by Nonato Luís - Caju Music.
1993 - Reflexões Nordestinas - Brazillian Touch.
1994 - Nonato Luís interpreta Luiz Gonzaga - Brasil.
1996 - Violão em Serenata - as mais belas valsas e serenatas brasileiras, interpretadas com a singeleza das cordas de Nonato Luís
1996 - Nave do Futuro - gravado com o percussionista Alex Holanda, com um repertório eclético: Beethoven, John Lennon, Edu Lobo e temas de autoria de Nonato Luís.
1966 - Filhos do Solo - Teatro José de Alencar, com a cooperação de Manassés e Valdônis.
1997 - Rellexões Nordestina - Relançamento em edição ampliada, com cinco músicas inéditas.
1999 - Mosaico - relançamento, representando o mosaico da vida do autor.
1999 - Os Bambas - coletânea organizada pela gravadora Kuarup, com a inclusão de Baden Powell, Rafael Rabello, Henrique Annes e Canhota da Paraíba.
1999 - Choro de Madeira - 15 choros, pela CPC - Umes, com distribuição pela El dorado. São 9 temas de Nonato Luís e outros de autores Como Pixinguinha, Garoto, João Pernambuco, Paulinho da Viola e Caetano Veloso.
2000 - Palavra Nordestina - Canções nordestinas.
2001 - Ceará - músicas de 18 compositores cearenses do século XX, com arranjos para violão solo.
Exemplo de algumas partituras a seguir:
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Foto Retirada do Livro | Mangabeira nas artes nas letras no mundo | de Dias da Silva. |
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Foto Retirada do Livro | Mangabeira nas artes nas letras no mundo | de Dias da Silva. |
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Foto Retirada do Livro | Mangabeira nas artes nas letras no mundo | de Dias da Silva. |
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Foto de Cícero Lhyma. |
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